sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

A Gestão Urbana no Séc. XXI

No Limite da Sustentabilidade É comum dizer-se que as Cidades estão a desumanizar-se (crescimento incontrolado, má qualidade do ar, penoso sistema de transportes, escassez de áreas verdes, exclusão social crescente), estão a envelhecer (designadamente, nos seus centros, onde à azáfama diurna do bulício dos escritórios sucede o silêncio mortal da noite) e estão a engordar (dormindo em subúrbios de desordenada concentração, de onde partem, todas as manhãs, os milhares que vão engarrafar as auto-estradas, deixando o vazio diurno onde crianças desenraizadas e ociosas aprenderão marginalidades de toda a espécie).
É, portanto, forçoso concluir-se que as cidades atingiram o limite da sua sustentabilidade, pelo que é imperioso questionar toda a problemática da sua gestão. Até porque conforme números recentes do INE, Portugal não escapou ao fenómeno, presente em todo o mundo da urbanização da população: em 20 anos (1980-2000) a população urbana passou, entre nós, de 2,6 para 6,3 milhões (ou seja, de 29% para 63% do total da população). E essa tendência vai acentuar-se: serão 68% os portugueses que, em 2015, viverão em grandes aglomerados urbanos – embora então sejamos (prevê o INE) menos que em 2000, o que significa que se acentuará o envelhecimento da população. Se, como se impõe, considerarmos em paralelo a desertificação do mundo rural (que, no período de 1980 a 2000, teve uma média negativa de crescimento da ordem dos 3,3% ao ano), concluiremos que estamos perante um problema geral de ordenamento do território – e isto num tempo em que os instrumentos de planeamento estão, desde há muito, no topo das preocupações das administrações central e local. Poderia ser este, de resto, um bom ponto de partida para um debate incómodo: como foi possível que este País, dotado pela primeira vez de PDM’s para a totalidade do território nacional, consentisse tão chocante e grosseira degradação da sua paisagem urbana e rural?; ou, de outro modo: qual a eficácia do planeamento? (Agora, além dos PDM’s, muitos municípios têm Planos de Urbanização, Planos de Pormenor para alguns locais, e até, um ou outro, Planos Estratégicos – o que significa que o prosseguimento da saga do desordenamento, que se adivinha num país que decretou urbanizável território para 50 milhões de habitantes, apenas vai evidenciar a falta de rigor e orientação estratégica de quem gere o território municipal, que interpretará os planos conforme der jeito aos interesses dominantes.
Escolhi esta noticia pois axo que a informação contida é verdade. As cidades portuguesas estao cada vez mais saturadas, dando origem à suburbanização e periurbanização que causam outros variados problemas como o aumento da fadiga, despesa, stress, intensificação dos movimentos pendulares, etc. Se não forem aplicadas medidas rapidamente estes movimentos bem como outros irão intensificar-se.